Às vezes me dá raiva como uma abordagem sensacionalista pode arruinar uma matéria que tinha vários elementos para ser bacana. Um exemplo disso foi uma que vi ontem no Fantástico sobre um funcionário que trabalha como carrasco em execuções no estado no Texas.
Estava na cara que, apesar da função, o sujeito não passava de mais um funcionário público, mas a reportagem ficou colocando aquela musiquinha estilo programa do Gil Gomes e uma iluminação vermelha no rosto dele, pintando-o quase como um maníaco. A matéria o tempo todo só quis passar uma mensagem: “ohhhh, que horror, olha a cara do carrasco, nosssaaaa, que medooooo, que sinistrooooo...” e adicionou pouca informação além daquelas que serviam de “escada” para esta mensagem.
Claro que não se trata de falar de um assunto “meigo” ou “ameno”, mas a reportagem poderia ter fornecido mais e melhores informações sobre os temas relativos à pena de morte nos EUA e no Texas isso com certeza poderia.
E o curioso foi que em nenhum momento foi dito uma palavra sequer sobre George W. Bush, que foi governador do estado até 2000 e fez aumentar bastante o número de execuções durante o seu mandato. Mas sei lá, talvez aí eu já esteja pedindo demais para um programa de TV aberta que passa nas noites de domingo…
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