Olha… aqui nem vai uma defesa do filme em si, que não assisti e nem pretendo (ler o plot dele no Wikipedia já me foi aterrorizador o suficiente…). Mas a questão é que proibindo o filme do jeito em que nosso querido judiciário está fazendo é o mesmo erro que foi cometido na época do “Je Vous Salue, Marie” do Goddard, que foi proibido na era Sarney.
Com um agravante: hoje em dia a Constituição brasileira veda a censura. Só que muitos juristas, em nome dum suposto “bem”, acham melhor ignorar isso.
Estão falando que o filem seria uma exibição apologia ao crime. Errado. O filme pode ser repugnante, mas além de ser uma obra de ficção, ainda assim essa ficção nem de longe se presta à propaganda às práticas das barbaridades perpetradas no filme. Seria mais ou menos como proibir filmes do Freddy Krueger por ele fazer apologia do assassinato…
Anyway, o que pega é que no Brasil, apesar de já estarmos longe do Estado Novo e da ditadura militar, não tem ainda uma cultura de liberdade de expressão desenvolvida. Aqui a liberdade de expressão só vai até a página 9; quando ela começa a incomodar de um jeito ou de outro, buscam-se meios para censurar previamente.
E o espírito da liberdade de expressão é justamente permitir circular as opiniões e obras pelas quais você não tem apreço nenhum.
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Um comentário:
Eu li sobre isso e achei um absurdo! Mas você acertou direitinho a cabeça do prego: assim que algo não soa lá muito bem, proibem! Realmente não entendem aquela máxima "posso não concordar com o que você diz, mas vou lutar para que você tenha o direito de dize-lo". Excelente post.
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