11 de janeiro de 2010

Rock in Rio, o original, 25 anos hoje

Apesar dos percalços, o primeiro Rock in Rio, cuja realização completa 25 anos hoje (ocorreu entre 11 e 20 de janeiro de 1985), reuniu 1.380 milhão de pessoas (quase três vezes o público do festival de Woodstock) em Jacarepaguá, colocando o Brasil definitivamente no mapa geopolítico do rock-n"-roll. Tornou-se um grande (e único) caso de franchising de rock, inspirando outros aventureiros - já se fala em trazer o festival americano Lolapalloza ao Brasil.

"Não era um projeto megalômano. Ele nasceu megalomaníaco porque se você não botasse 1 milhão de pessoas na plateia o festival não se pagava", disse ao Estado na semana passada o publicitário Roberto Medina, criador do festival, que tinha 35 anos na época. Ele lembra que quando procurou o agente da banda inglesa Queen, Jean Beach, foi inicialmente visto como uma piada. "Ele me disse que, se nem os americanos tinham como fazer o que eu pretendia, muito menos um rapaz brasileiro. E me deu uma champanhe como prêmio de consolação."

Mas quando a coisa pegou, o Queen veio. E muito mais: Iron Maiden, AC/DC, Ozzy Osbourne, B-52"s, Scorpions, Nina Hagen, George Benson, James Taylor, Al Jarreau, Gilberto Gil, entre outros. De lá para cá, ele realizou três edições no Brasil (1985, 1991 e 2001), três em Portugal (Lisboa) e uma na Espanha (Madri). Em 1985, naquele ano pioneiro, foram dez dias, 90 horas e 5.400 minutos de música, doideira, lama e excitação. Veio gente do mundo todo.


Nunca mais haverá um festival como aquele Rock in Rio, que eu acompanhei pela TV, boa parte em transmissão ao vivo (bons tempos aqueles em que se transmitiam mega-shows na TV aberta). Não só pelas atrações, estrutura ou qualquer coisa assim, e sim pela época e pelo espírito de euforia que tomava conta do país. A ditadura militar estava acabando, uma nova era de democracia chegando, e tudo culminou quando, bem durante o tempo em que estava acontecendo o festival, Tancredo Neves foi eleito presidente da república pelo colégio eleitoral em Brasília no dia 15 de janeiro de 1985. Uma das coisas que ficaram na minha cabeça deste dia foi quando eu vi na TV o Kid Abelha chegando ao palco do Rock in Rio carregando juntos uma imensa bandeira do Brasil. Era o começo duma nova era, com novas cabeças, nova cultura, novas perspectivas. Claro que mal se sabia que ainda ia se passar por muitos outros perrengues e crises depois daquele momento, mas o que ficou foi aquele instante de esperança, de alegria, de energia nova de um certo renascimento para o Brasil, um reinício para aqueles que foram testemunhas, e agentes, das boas novas daquele período.

Bom, excluindo esse lance sócio político me lembro que achei legal os shows do Queen e do B-52’s…;-)

Ah, e havia aquele anúncio de “Gel New Wave” colorido que sempre passava nos intervalos das transmissões da TV.

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